sexta-feira, 5 de agosto de 2011

DESCONFORTO

DESCONTENTAMENTO
FRUSTRAÇÃO
DISSIDÊNCIA
ROMPIMENTO
OPOSIÇÃO

É assim que funciona e é, também, deste modo que a sociedade se renova, muda, progride politicamente.


Vladimir Ilitch Ulianov, mais conhecido como Lenin, liderou a maior revolução dos últimos cem anos, criou um super estado totalitário, que chegou a ser a segunda potência mundial e ter o domínio territorial mais extenso da História, com consequências geopolíticas terríveis. Pois bem, ele dizia, em uma tradução livre, que a mudança acontece quando os de baixo já não suportam o julgo dos opressores os de cima já não se entendem. O raciocínio é simplista, porém, faz sentido interpreta com clareza o jogo das mudanças políticas.


Faz quase nove anos que os petistas em aliança com partidos menores de esquerda e mais uns outros tantos conservadores e até de ideário amorfo, ávidos em ganhar fatias substanciais de poder e benesses as mais diversas (inclusive pecuniárias, vide “mensalão”), chegaram ao poder (alguns apenas trocaram habilmente de cor) capitaneados por um ex-sindicalista com vocação para o populismo e dotado de inegável carisma. Agora, de escândalo em escândalo, a situação se aproxima de um quadro que pode ser resumido em: ou muda por dentro, ou acabará mudando de fora pra dentro.


A Presidente, de algum modo, busca o caminho de inovar, fazer do estilo duro um meio de gravar uma imagem própria de governo. Seria viável e autêntico se não houvesse o seguinte detalhe: o governo atual é uma continuidade do “lulismo” sem a presença física (aparentemente) do mesmo.


Na verdade, até acredito no desejo de inovação da Presidente da República (ela precisa disto para individualizar a marca de sua gestão), mas, aí, me lembro do florentino Maquiavel, que dizia que... ”não há nada mais difícil de realizar, perigoso de conduzir ou de êxito mais incerto do que tomar a iniciativa na introdução de uma nova ordem de coisas. Porque o inovador tem como inimigo todos os que estavam bem nas condições antigas, e defensores pouco dispostos a confiar naqueles que talvez venham a ficar bem nas novas”... (em “O Príncipe”).


Sofrendo de um mal politicamente genético, o atual governo tenta exorcizar o desgaste de tantos escândalos e criar uma nova imagem de sisudez afirmativa. Porém, como despegar do velho e ao mesmo tempo manter a sombra barbuda, de voz gutural que avalizou e deu a vitória eleitoral?...


Não cabe a este blog responder a interrogação. No entanto, é crescente o número de e-mails que têm chegado, contando da frustração, do descontentamento e da indignação diante do noticiário político recheado de fatos deletérios, que escorre na mídia. Não custa recapitular: desconforto, frustração, descontentamento, dissidência....

Casa Forte, 05 de agosto de 2011
Marcelo Cavalcanti
(81)93195627 - cavalcantimarcelo1948@hotmail.com

Em tempo: Enquanto o ex Ministro da Defesa Nelson Jobin declarou à imprensa que votou em Serra para Presidente, que “que os idiotas perderam a modéstia e precisam ser tolerados” e, por estas e outras, acaba sendo literalmente defenestrado, tomam vulto as vozes, que anunciam, para antes do fim do ano, uma  reforma ministerial - o que de alguma forma já ocorre. O ex ministro em questão, não fez tais afirmações de modo gracioso. Existe um provável movimento de transmigração política. Desconforto, dissidência...?


“Post Scriptum”: Esta postagem é dedicada ao amigo João Paulo, “JP”, leitor deste blog e cidadão de consciência soberana, de atitude crítica aguda, pleno de um aplomb que expressa uma formação esmerada e um “savoir faire” cosmopolita.

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